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"Todos vêem o que pareces, poucos têm o sentimento do que és" - Nicolau Maquiavel, in "O Príncipe". Aqui, onde todos constroem uma imagem minha pelo que aqui escrevo, pelo que aqui opino... por aquilo que, de alguma forma, aqui de mim deixo!

sábado, setembro 11, 2004

Fomos, não... Somos! 

É quase difícil acreditar na História que estudámos, que um Portugal cheio de garra se lançou ao mar em descobertas... Parecem-me histórias da História... aquilo que fomos.
No Portugal que somos, hoje, envergonhada fico, de ver e viver num país eternamente adiado... um país desmotivado que vive à mingua e na mira de subsídios e da esperteza, saloia, duns e de outros...

Gostei imenso de ler este artigo de opinião, "Os catadores de subsídios", escrito por Ricardo Cruz, no Jornal de Negócios de ontem.

(...) "Estão em toda a parte. Eles são empresários dinâmicos e empreendedores, ilustres professores da cátedra universitária, cientistas de telejornal, responsáveis por centros de investigação, administradores de institutos do Estado, sem excepção posicionados entre o que vulgarmente se apelida de «nata» da nossa «massa cinzenta». Homens de fato a rigor (ou talvez não), apressados e sempre quinze minutos atrasados, frequentadores insistentes dos bastidores do poder e com quotas de dois dígitos nos índices de desgaste das alcatifas de pêlo alto de muitos gabinetes ministeriais. É uma ampla e densa rede de interesses, que não se sabe onde começa nem onde termina, com intersecções infinitas que desafiam qualquer tentativa de entendimento lógico. E que, entretanto, passou a envolver a banca, consultores internacionais de estratégia, auditores ou multinacionais interessadas em joint-ventures com um país em que abunda o dinheiro barato e de acesso fácil.
(...)
Neste país, afinal, no discurso político, e na crítica dos media, importa, apenas e só, quanto se gasta, não como se gasta. É o eterno e enraizado primado da quantidade sobre a qualidade.
Gasta-se pouco em I&D? Há que gastar mais.
Gaste-se, para evitar a vergonha de nos quedarmos pela cauda de um qualquer ranking. O aproveitamento escolar é baixo? Passem-se os alunos administrativamente, decrete-se o fim das reprovações. O abandono precoce delicenciaturas é escandaloso? Encurte-se a sua duração. Vai sobrar dinheiro no orçamento? Gaste-se, gaste- se, gaste-se, antes que seja tarde! Mas... gaste-se!

Há tempos, nesta coluna escrevi, em título: «Quanto estiver pronto, Portugal há-de ser um grande país.» Mas, assim, não, Portugal não irá lá. Não vejo, nos lugares de decisão próprios, os propósitos certos, a coragem e determinação necessárias para quebrar pela espinha, doa a quem doer, essa perversa, destrutiva e castrante rede de catadores de subsídios". (...)

Comments:
...passei por aqui... :)*
 
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